Entramos na sala. Após estar tudo em ordem recebemos as saudações da professora. Em seguida, procedemos à leitura e análise de um excerto do texto “O Principezinho” de Saint – Exupéry, uma obra profundamente filosófica.
Transcreverei do texto algumas frases importantes das quais explicarei depois o seu valor:
“Os homens… já não sabem do que andam à procura. Portanto, não fazem senão andar à roda…”
Esta frase demonstra que os homens que não sabem quais são os objectivos que querem alcançar, que não sabem que valor atribuir à vida e que sobretudo não lhe atribuem um significado, são homens perdidos que andam á deriva da vida.
“Os Homens da tua terra plantam cinco mil rosas no mesmo jardim… E, mesmo assim, não descobrem aquilo de que andam á procura…”
Saint- Exupéry quer fazer compreender ao Homem que só sabemos admirar e dar valor a algo escasso, que quando o temos em excesso não sabemos atribuir-lhe valor e no entanto é apenas preciso uma Rosa para que possamos apreciar a beleza do espécime.
“Mas os olhos são cegos. Deve-se é procurar com o coração.”
Usamos esta frase de Saint – Exupéry para a comparar com uma outra de Descarte “ O coração tem razões que a própria razão desconhece”, esta frase já tinha sido analisada num outro texto sobre o sentido da existência. Com estas duas frases podemos concluir que temos que procurar o sentido da existência em nós para em seguida o relacionar com o exterior, ou seja, aqui este coração refere-se á essência de cada um de nós e que essa essência tem que ser preservada para que as misturas e confusões que existem exteriormente a nós não nos afecte. Os olhos observam exteriormente, o que nos rodeia mas eles não conseguem visualizar a essência dos outros e nem mesmo a essência do portador desse par de olhos, por isso é que os olhos são cegos estes apenas abrangem a perspectiva exterior.
Também fomos relembrados que o significado do sentido da vida pode ter duas acepções:
.O superficial
.O profundo
E é nesta segunda acepção que devemos procurar o sentido da vida, Pois este é um assunto tão complexo e subjectivo que depende da perspectiva de cada pessoa e que varia de pessoa para pessoa.
No seguimento da aula passamos então a estudar e compreender as várias acepções do sentido:
Como direcção;
Como valor;
Como relação;
E como significado.
O sentido como direcção é o na medida em que traçamos objectivos e metas que nos propormos ultrapassar para nos sentirmos realizados.
Quando a vida é desprovida de direcção como sentido, é como se na vida fossemos um barco á deriva no meio de uma grande tempestade.
O sentido como valor é a acepção em que cada um de nós atribui um valor á vida para que saibamos que ela merece ser vivida.
O sentido como relação é uma acepção em que relacionamos o nosso sentido á vida com o mundo que nos rodeia, ou seja, como o ser humano não um ser solitário necessita da sociedade para que o sentido que atribuímos á nossa vida tenha muito mais sentido porque nos inserimos num contexto global que torna mais coerente a nossa vida quotidiana.
O sentido como significado, tudo o que nos acontece na vida tem um significado porém somos nós que o temos que descodificar, até o sofrimento tem significado pois após este ser ultrapassado tornamo-nos pessoas melhores e mais maturas para enfrentar novos desafios que se nos apresentam no quotidiano.
Como já referi o significado tem duas vertentes: uma superficial e imediata e outra mais profunda e oculta, e é nesta ultima vertente que devemos procurar o significado, para que quando tudo o resto falhar, e apenas restar a nossa essência esta não se dilua na espiral confusa que se irá se abater sobre nós.
Para consolidarmos a informação recebida, foi nos proposto pela professora, fazermos os exercícios da página 225 relativamente á matéria dada.
Num dos exercícios ficamos a compreender que certas condições inerentes ao homem como a limitação, a contingência, a fragilidade, a incapacidade, a impotência, a imperfeição e a indigência são condições que nos consciencializam para a finitude do ser humano.
Relativamente á transcendência verificamos que tudo que está para além das nossas faculdades, da nossa compreensão e para além da nossa realidade e do que é material significa que nos transcende, ou seja, ultrapassa a nossa compreensão.
Para finalizar a nossa aula, foi nos lida a resposta formulada pelo aluno João Pinho da turma C, relativamente a um trabalho de casa proposto pela professora.