terça-feira, 18 de maio de 2010

O meu percurso em Filosofia


A disciplina de Filosofia tem sido para mim uma mais valia.
Tenho vindo a evoluir conscientemente e a tomar posições plausíveis face às situações que me assolam, assim como ao mundo na qual estou inserida, e tudo graças a esta disciplina.
Já não é a primeira vez que me encontro numa espécie de convivência com a Filosofia, no entanto não acho que tenha tido uma boa experiência anteriormente, visto que só comecei a ter gosto pelos seus conceitos este ano. Não digo que tenha sido por culpa dos meus professores, o problema era intrinsecamente meu, pela desmotivação de ter estado na área errada. Costuma-se dizer que quando se realiza algo por gosto, nada é difícil, e o mesmo se passou comigo, pois agora sim, sinto-me realizada por me encontrar numa área que se enquandra tão bem na minha pessoa, visto que a minha essência é premeditada pela leitura e principalmente pela escrita, adoro escrever.
Apesar de no inicio deste ano termos começado com aulas um pouco rotineiras e difusas, tudo mudou de figura com a professora Diana Tavares, que me cativou bastante pela sua maneira de se pronunciar e de nos ilucidar acerca dos assuntos tratados pela Filosofia.
A Filosofia na minha opinião não se trata de experiencialismo, trata-se de uma construcção mental medida a cada dia, sendo refutada, corrigida, ou até mesmo substituída, pois nada é definitivo, nada é limitado, basta transpôrmo-nos para além das palavras e ideologias.
A actividade de "filosofar" evita a minha queda face à inércia da ignorância, da abstenção. O meu individualismo está na ponderação, não posso desfalecer em utopias e aspirações momentâneas. Não esquecendo que os dialectos intelectuais com Kant, Platão, Nietzsche, Albert Camus, Jen-Paul Sartre, entre outros me foram ajudando a crescer.
Com a aprendizagem que tenho vindo a adquirir até hoje, concluo que dizer-se que o homem é o único ser provido de racionalidade, o que o faz ter livre opinião de escolha é expressamente um erro se for tida em conta, pois é mesmo por essa racionalidade, que o homem se torna um ser sucumbido pelas rédeas do certo e do errado; em que qualquer que seja uma decisão, ou outra remetem-se sempre em repercurções na nossa pessoa e nos que nos rodeiam.
A nossa vida enquanto seres existenciais não sobrevive de olhares, sobrevive de ouvintes, de pensadores, opiniões, ideologias.
Não podemos simplesmente não ouvir!
Necessitamos de utopias paralelas, para podermos envendrar pelo limear dos sonhos e das aspirações.
Há que se escapar da inerência sistemática das crenças, das políticas e das organizações sociais e atingir aquilo que nos transcende.
Tenho tentado ao máximo encontrar a trajectória que melhor corresponde aos meus pensamentos, sem esquecer que existem outras trajectórias que são seguidas por outros, e que no fim acabam por se encontrar com a minha, numa encruzilhada.
Pois o fim é igual para todos, o percurso até ele é que toma proporções desiguais!
E essas proporções, no meu caso, foram orientadas pela beleza da Filosofia, em não se contentar com aquilo que apenas vislumbramos.

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