segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A minha viagem à China

Cheguei à China hoje na companhia das minhas três amigas: a Mónica, a Marta e a Rita. O aeroporto é de uma dimensão inimaginável e as diferenças começaram a verificar-se a partir do momento em que saímos do avião. É tudo muito desenvolvido. É o verdadeiro mundo da tecnologia.
Depois de uma longa viagem, enfiamo-nos num autocarro com destino ao hotel de alojamento, onde descarregamos as malas e, depois, partimos à aventura. Tivemos a sorte de travar amizade com um rapaz, o Xī mēng (Simão em português) que é um dos guias turísticos da zona e ofereceu-se gentilmente para nos dar a conhecer a cidade. Comunicávamos em Inglês mas havia expressões difíceis de entender da parte dele devido ao sotaque chinês.
Ele começou por nos informar que a cultura chinesa é o berço de uma das civilizações mais antigas e complexas, cobrindo uma história de mais de 5 mil anos. A China cobre uma vasta região geográfica com hábitos, costumes e tradições que variam bastante entre províncias, cidades e povoados chineses. Disse ainda que existem muitos grupos étnicos na China, sendo esta quase uma cidade global.
Foi à mesa de um café tradicional chinês e ao sabor de um chá verde, que Xī mēng nos contou que a vaca é considerada um animal sagrado pelos chineses. Se alguém envenenar uma vaca na China, que o faça sem ninguém saber porque caso isso seja descoberto, o autor do envenenamento é condenado à cadeira eléctrica. Acrescentou ainda que as cobras correm risco de extinção e o motivo disso é que a carne do bicho em questão é tida como afrodisíaco e, às vezes, chega a faltar no comércio. Por ano, são consumidas 10 mil toneladas de cobra na China. Por terem enfrentado muitos anos de fome, os chineses habituaram-se a comer de tudo e isso ainda hoje se mantém. Xī mēng contou-nos um pormenor da cultura chinesa que nos deixou um pouco chocadas: os homens que morrem solteiros comprometem a próxima vida, por isso, os familiares tentam casá-los depois de mortos, enterrando ao lado do defunto uma mulher que acaba de falecer. Quanto mais precoce for a morte, melhor.
Relativamente à religião, ficamos a saber que uma grande parte da cultura chinesa é baseada na noção de que o mundo espiritual existe. Vários métodos divinos têm ajudado a responder a perguntas e até servido como alternativa à medicina. Os folclores e a mitologia também têm contribuído para preencher o espaço de coisas que não podem ser explicadas. Rivalizando com a crença no sagrado, há também o mal. Práticas como o exorcismo taoísta são um dos conceitos passados por gerações.
Todos os sítios encontravam-se enfeitados com jarras e Xī mēng disse-nos que os jarros de porcelana foram uma das primeiras formas de arte chinesa, tendo-nos oferecido um.
No final do dia, Xī mēng convidou-nos para jantar em sua casa e conhecermos a sua família. São pessoas muito educadas, rígidas e acolhedoras. Prepararam-nos um grande banquete e pudemos constatar que faz parte de um costume chinês dispensar o convidado de ter o trabalho de cortar a sua própria comida. Jantamos, pela primeira vez, com os tão conhecidos pauzinhos, abdicando dos talheres visto que a cultura chinesa considera o uso de facas e garfos à mesa como uma coisa bárbara, pois esses são vistos como armas.
O primeiro dia foi assim. Apesar de muito cansativo, ficamos a conhecer uma cultura totalmente diferente da que estamos habituadas e gostamos bastante da experiência, esperando nós continuar a descobrir coisas novas durante o resto da estadia.

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